segunda-feira, 1 de março de 2010

Qual é o sentido da vida?

Hoje pela manhã recebi uma notícia muito desagradável. Havia falecido o tio de um amigo de infância. Ele havia caído da laje de sua casa a cerca de uns oito meses, e desde então, estava lutando pela vida. Na hora da notícia fiquei meio sem reação. Não sabia o que falar ou que atitude tomar. Comecei a pensar e lembrar de seu rosto. Busquei lembranças bem antigas, e lembrei-me de algumas vezes que ia brincar com o M em sua casa e ele estava dormindo por trabalhar no período noturno. Lembro-me que era uma pessoa pacata, que vivia uma vida simples, mas honesta. Após esse “flash”, já comecei a pensar em como estaria sua família naquele momento, se estariam sofrendo ou aliviados por ter acabado seu sofrimento. Na parte da tarde resolvi ir ao cemitério. Chegando lá, deparei-me com rostos tristes, de amigos e familiares, todos presentes para dar o seu Adeus para uma pessoa que deixará saudades. Um pouco mais distantes da sala do velório, estava seu filho mais novo. Um garoto de apenas 13 anos, que soluçava de tanto chorar com a perda de seu pai. Foi uma cena que me deixou muito sentido, com o coração partido. Aproximei-me e lhe dei um abraço dizendo: Força muleque, ele foi pra um lugar melhor e agora vai descansar em paz. Não sei bem se era o que ele precisava ouvir naquele momento, mas procurei dizer alguma coisa que pudesse lhe dar um pouco de paz. Em seguida, fui dar meus pêsames para os outros familiares. Alguns demonstravam firmeza, mas no fundo, dava pra perceber o sofrimento deles. Nessas horas, acredito que não tenha nada que possamos fazer. Sentia-me com as mãos atadas, pensando no que falar e no que fazer. Resolvi, então, dar força com um gesto que muitos vezes significa muito mais que mil palavras. Um abraço. Percebi que apenas com esse gesto de carinho, todos já se sentiam mais consolados. À hora do enterro foi o momento mais doloroso. O M puxou um “Pai Nosso”, onde todos rezaram. Em seguida, o caixão foi descendo lentamente para o lugar aonde todos nós iremos um dia: Os terríveis sete palmos abaixo da terra! Porque terríveis? Por que naquele momento comecei a pensar no sofrimento que é perder alguém tão próximo. Na sensação horrível que deve ser enterrar um ente querido. Comecei a pensar que um dia eu estarei dentro de um caixão e sendo enterrado. Sinceramente, me deu arrepios pensar nisso tudo. Após todos esses questionamentos, refleti sobre uma coisa que ainda não sei a resposta. “A morte é tão horrível, tão indesejada, tão sofrida, que todos nós temos um sentimento de medo só de pensar”. Mas ao mesmo tempo eu me pergunto: qual é o sentido da vida? O que a gente leva desse mundo? Existe resposta? Acho que isso vai muito da interpretação de cada um. Ao abservar as pessoas em minha volta, notei que cada um tinha uma maneira de agir. Uns se abraçavam, outros choravam, outros apenas observavam (como eu). Observando cada gesto, me lembrei de um refrão da música Pais e Filhos, Legião Urbana. “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há”. Indo embora do cemitério, pensei muito sobre esse refrão. Pensei em como é importante darmos valor para as pessoas que fazem parte da nossa vida. Como é importante o amor da família, o carinho dos verdadeiros amigos, as risadas nas churrascadas de finais de semana, toda a diversão que é possível de se ter nessa vida. Não sei se tudo isso vai com a gente pra debaixo da terra, mas com certeza, ficará guardado no coração e nas lembranças das pessoas que nos amam. E quer saber qual é a conclusão que tirei de tudo isso?

O que se leva da vida é a vida que se leva!

2 comentários:

  1. num momento como este penso logo sinta o que é bom pense no que é bom viva o que é bom bom pra você

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  2. Seu blog está ótimo, um dos poucos blogs não profissionais q vale a pena ler!!!
    Muito legal suas observações, seu modo de ver o mundo! Parabéns

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